Guaranis montam aldeia no Parque do Caparaó

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Uma tribo de índios guaranis do município de Aracruz, no Norte do Estado, resolveu formar uma aldeia dentro do Parque Nacional do Caparaó, numa área situada no Sul capixaba. São 14 adultos e 14 crianças que estão há um mês vivendo no lugar, onde querem ficar ao lado da “Montanha Sagrada”, que seria o Pico da Bandeira.
Na mata fechada, o grupo fez uma clareira e construiu três casas, com lona e madeira. Quem fala pela tribo é Felix Karaí, uma espécie de líder. Sobre a chegada ao Caparaó, o índio conta que o grupo buscava uma terra melhor para plantar. “Já conhecíamos o lugar, melhor do que onde estávamos. Aqui, a terra é boa, tem muita água e, o melhor, fica longe da cidade. Fomos enganados, porque achamos que essa terra tinha um dono, e esse dono nos ofereceu o lugar.”

Félix e os outros 27 indígenas saíram da Aldeia Boa Esperança. “Chegamos de ônibus. Gastamos R$ 1.700,00 para o transporte”, afirma ele. O pajé Tupã Guaraí, que em português é chamado de Jonas, conta que o Caparaó foi indicado a eles por Deus, daí a decisão de sair da antiga aldeia. “Deus mostrou que a gente precisava ficar perto da Montanha Sagrada e da mata.”

Nesta semana, a tribo recebeu a visita do administrador do Parque Nacional do Caparaó, Waldomiro de Paula Lopes. Ele informou que os índios não poderiam ficar nas terras federais, já que a área é considerada uma das mais importantes áreas de preservação da Mata Atlântica do país. Junto de representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio), ficou decidido que a tribo retorna amanhã para Aracruz.

“Estamos tristes de ter que ir embora, porque queríamos formar aqui a nossa aldeia. Lá, onde vivemos sempre falta água e a terra não é tão boa. Precisamos da terra para viver e continuar a tradição dos nossos antepassados”, frisa Felix. A GAZETA ligou para a Funai, no início da noite de ontem, mas não conseguiu contato com ninguém para falar sobre o assunto.

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