Vias de Escalada – Conquistas e Manutenção
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1. Não modificar vias alheias, exceto com a permissão prévia dos autores.
2. Evitar a grampeação de fendas. As vias em fendas, antigas e clássicas que foram grampeadas, devem ser respeitadas, exceto se o conquistador autorizar a remoção.
3. Não conquistar vias onde há vegetação contínua (cactos, orquídeas, bromélias, arbustos, etc). Mesmo se os conquistadores fizerem “desvios”, durante os rapéis, a movimentação das cordas acabam retirando a vegetação. Aliás, são os rapéis que produzem o maior impacto. O mesmo se aplica na existência de ninhos de aves e colônias de insetos (vespas, abelhas…).
4. Respeitar o estilo de conquista do escalador. Cada um é livre para conquistar do jeito que quiser, com muitas proteções ou poucas, porém, sem colocar proteções fixas em fendas óbvias.
5. Qualquer pessoa pode e deve fazer melhoria nas vias de escalada, do tipo trocar grampos deteriorados ou mal fixados (perigosos), desde que a nova proteção fique aproximadamente na mesma posição da antecessora. É louvável, se possível, que o conquistador seja avisado.
6. Todas as vias pertencem à comunidade, conquistador nenhum é dono de via ou da montanha, porém, é preciso respeitar a autoria e a originalidade. No caso das vias muito antigas cujos conquistadores já faleceram, compete à comunidade manter sua preservação original. Os clubes e associações não estão autorizados a modificar a via original, devem, apenas, preservá-las.
7. As vias recentes que cruzam ou que passam muito perto de outra mais antiga, não podem ter suas proteções confundindo ou atrapalhando o traçado da via mais antiga. Isso tem de ser vitado.
8. Escaladas iniciadas há muito tempo com proteção fixa, cujos grampos ou chapeletas se encontram em vias de degradação, não devem assegurar que a possível “linha” pertence a uma determinada pessoa, porque ninguém é dono da montanha. Porém, é aconselhável que o interessado em prosseguir a escalada procure o antigo conquistador, simplesmente porque é a forma mais educada.
9. As vias abertas puramente com proteção móvel, sem nenhuma proteção fixa que indique que ali foi conquistada uma via, devem ser divulgadas ao máximo com croquis bem detalhados e com a data da abertura. Isso é importante para evitar problemas de autoria.
10. A abertura de novas vias de escalada deve estar sempre dentro dos pré-requisitos da ética ou das normas locais, definidas pela comunidade. Na ausência de restrições locais, é só seguir os preceitos anteriores.
Por Antonio Paulo Faria, com contribuições de: Filippo Croso, Nativo, Maurício Tonto e Flávio Doce