Recuperação do Costão do Pão de Açucar

Tempo de leitura: 2 minutos

Por Antonio Paulo Faria

Depois de 2 anos de estudos, a conclusão final foi que a via Costão do Pão de Açúcar foi recuperada. A vegetação expandiu e em muitos lugares está melhor que há 20 anos atrás. Em certos trechos está melhor que em muitas décadas, porque uma floresta está crescendo e a trilha está abaixo das copas das pequenas árvores, como é o caso do primeiro platô (onde termina a Escada de Jacó). Essa regeneração é fruto de alguns fatores:
– Ausência de fogo;
– Redução da freqüência das pessoas na trilha(*);
– Regeneração espontânea;
– Revegetação/reflorest amento.
Os processos erosivos foram praticamente estancados, muitas clareiras foram recuperadas, como exemplos a base do “crux” e no entorno da “Pedra do Mirante”, além de outras. O único fato curioso é que tem até jaqueira, além de outras árvores exóticas, crescendo no Costão. Mas de qualquer forma, é melhor que capim e erosão e todos que trabalharam voluntariamente, mesmo sem orientação técnica, estão de parabéns. Isso mostra que este planeta pode ser curado.(*) Lembrando que o problema não era o número de pessoas que freqüentavam, eram: o tipo de educação, número elevado de pessoas por grupo que causa grande concentração e a não existência de uma manutenção da trilha. O aumento do nível de dificuldade técnica do “crux” foi elemento chave que colaborou com a regeneração da trilha, caso contrário, o Costão estaria igual à Trilha do Morro da Urca, que a cada ano fica pior.
De uma forma geral, toda a mata que circunda o Pão de Açúcar está muito melhor que antes, graças a diversos reflorestamentos feitos pelo Caminho Aéreo do Pão de Açúcar, clubes de montanhismo, FEMERJ e por pessoas isoladas.
O estudo foi feito por dois alunos da UFRJ que estão sob minha orientação, um de mestrado (Lia Roeff) e um de graduação (Fabiano Roriz). Entretanto, não precisa nenhum trabalho científico para provar isso, basta que as pessoas que utilizam essas trilhas tenham boa memória e bom senso. Parabéns a todos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *