Respeito aos ambientes de montanha
Por Ana Alvarenga e Ralf Côrtes
O escalador citado informou à comunidade escaladora sobre a situação corrente de desrespeito de alguns freqüentadores da Pedra da Divisa, no interior de São Paulo, para não só com a natureza local, já que se trata de Mata Atlântica preservada com presença de animais silvestres, mas também com a população local. Já houve casos de escaladores largando sujeira, levando animais domésticos e até deixando uma guimba de cigarro que provocou incêndio em área de lavoura alheia! Os moradores do local, por ignorância ou medo, permitem o acampamento desse tipo de gente que, provavelmente (e inacreditavelmente!), deve ter bastante acesso à informação.
Esta é, ao mesmo tempo, uma manifestação de solidariedade ao grupo de escaladores que tenta controlar esse tipo de ação irresponsável, e também uma prevenção contra esses acontecimentos na área que fomentamos. Seria muito bom saber que a montanha que nos traz tanto prazer, é proveitosa para toda a comunidade, mas isso só será possível se houver a conscientização dela inteira. A Pedra do Elefante é um grande captador de água, como toda montanha, alimentando várias nascentes de água consumida por moradores locais, inclusive o Abrigo do Elefante. Recentemente, a Prefeitura de Petrópolis propôs a criação de uma Unidade de Conservação de proteção integral, o Monumento Natural da Pedra do Elefante, majoritariamente para proteção dessas nascentes que, segundo os técnicos, brotam perto da base da pedra (cada grota é uma nascente), mas também para possibilitar e disciplinar a prática segura do montanhismo.
As conseqüências são essas: fechamento da área para lazer e contaminação dos últimos reservatórios de água doce existentes. É inconcebível que sejam os montanhistas responsáveis por esta “cagada”! Lembremos que velhos hábitos já não cabem em uma atividade cada vez mais popular, e em um ambiente cada vez mais frágil.