Sufoco na Pedra dos Dois Olhos

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Amigos são resgatados na Pedra dos Dois Olhos O que era para ser uma aventura se transformou em tensão e desespero para cinco rapazes que subiram, ontem, a Pedra dos Dois Olhos, em Tabuazeiro, Vitória. Eles passaram 11 horas no local, enfrentando chuva, fome e frio.

O estudante Paulo Henrique Torrezani, 17 anos, contou que ele e mais seis amigos iniciaram o passeio por volta das 10 da manhã. “Chegamos ao topo por volta do meio-dia. Logo, começou a chover. A pedra ficou escorregadia, difícil de descer”, disse.Mas dois dos rapazes resolveram descer, mesmo com a chuva. “Eles já tinham subido a pedra outras vezes, por isso tinham mais experiência. Eu tentei ir atrás e acabei escorregando e machucando minhas mãos”, afirmou Paulo Henrique.

Um dos amigos que desceram a pedra, às 13 horas, o serígrafo Francisco de Assis Almeida, 30 anos, relatou: “O resto do pessoal não quis vir embora. Eles disseram que iam ficar esperando o resgate. Daí, lá pelas 13 horas, voltamos para casa e acionamos o resgate.”O Corpo de Bombeiros chegou por volta das 16 horas, mas os rapazes só foram encontrados e resgatados às 21 horas. Depois de passar mais de 11 horas no alto da pedra, todos estavam aliviados e passavam bem.

A mãe de Paulo Henrique, misturando alívio e nervosismo em suas palavras, contou que seu filho não contou o que faria quando saiu: “Ele sempre me avisa quando vai sair de casa e hoje (ontem) disse que ia jogar bola. Eu jamais o deixaria fazer o que ele fez. Agora, serão pelo menos dois meses de castigo. Não tem perdão”, frisou.

O tenente do Corpo de Bombeiros Wesclei de Oliveira Souza, responsável pela operação, explicou que o resgate foi demorado devido ao escuro e à chuva.“Estava tudo muito escuro e escorregadio, por isso a dificuldade. Além disso, não dá para utilizar o helicóptero naquele local, já que não há onde pousar”, lembrou.

Ele disse que esse tipo de situação é mais comum do que parece: “Isso acontece com uma certa freqüência. Para evitar, não se deve subir sem material adequado e sem conhecimento de técnicas de montanhismo. Além disso, deve-se levar sempre um técnico responsável”, orientou.

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