Desastre no Calogi
Tempo de leitura: 3 minutos
É, o título é pra chamar a atenção mesmo, do velho problema que detona com a escalada mundo à fora: “A atitude de um (infeliz), reflete para toda a comunidade.”
E neste ultimo final de semana uma notícia altamente negativa abalou a comunidade capixaba. Trata-se do fechamento – que por pouco (ainda) não aconteceu – do importante setor da escalada esportiva no Espírito Santo que é o Calogi.
A face que abriga as mais de 40 vias do Calogi. Foto Naoki Arima.
Naoki Arima publicou em seu Blog um texto relatando sobre o trágico acontecido, e mais uma vez, descrevendo sobre boas condutas para se praticar no local (já divulgadas trocentas vezes em ocasiões anteriores). Leia, reflita, e comporte-se de maneira ética e educada, em qualquer setor de escalada que vier a frequentar no Planeta Terra.
“Ontem, sexta-feira, recebi um aviso do escalador DuNada falando que o Sr. Ronaldo, um dos proprietários de Calogi, gostaria de falar conosco pessoalmente!
Então, em pleno sábado de sol, tiramos o nosso tempo livre e fomos até Calogi, eu e o DuNada ver o que o Sr. Ronaldo queria conosco.
Chegando lá, em menos de 10 minutos de conversa, ele disse claramente: A PRESENÇA DE VOCÊS, ESCALADORES, NÃO É MAIS BEM VINDA! Na hora, gelei, fiquei sem reação e deixei ele falando enquanto tentava me recompor e pensar em algo.
Logo em seguida ele explicou os motivos que o levaram a tomar essa decisão tão radical:
1- A principal de todas! Atitude de algumas pessoas que frequentam o local e usam termos não apropriados, em outras palavras, muitos palavrões em voz alta! Segundo ele, é muito chato, numa tarde de domingo, quando ele recebe visitas, inclusive de crianças, ficar ouvindo palavrões vindo lá de cima.
Mais tarde, descobrimos que essa reclamação não é isolada e que outros moradores também se sentem incomodados com o palavreado, e que isso já vem acontecendo há bastante tempo;
2- No último domingo, dia 22, ele falou que foi a gota d’água quando, segundo ele, 2 pessoas (mulheres) soltaram o verbo na base das vias e que na saída, quando foram abordados pelo meeiro no portão para que passassem na casa dele para um conversa, simplesmente não passaram lá e foram embora. Ele considerou essa atitude muito desrespeitosa;
3- Também reclamou que algumas pessoas andaram acampando na base das vias (já sabemos quem foram), o que é terminantemente proibido!
Todo mundo sabe que não pode acampar lá, mas as pessoas insistem em querer dar uma de malandro… Achando que podem tudo, mas se esquecem que estão prejudicando o resto!
Conversa vai, conversa vem, conseguimos reverter a situação. Prometemos que falaríamos com as pessoas e que iríamos tentar trabalhar para baixar a bola da galera na base das vias, principalmente no palavreado.
Sendo assim, solicitamos mais uma vez que:
– Manere no tom de voz e no palavreado. Lembre-se de que tudo que falamos é ouvido lá embaixo na casa das pessoas;
– Não acampe na base das vias em hipótese alguma! Se realmente for preciso acampar, vá até a casa do Sr. Ronaldo ou Sr. Jorge e solicite autorização para acampar no pátio de casa;
– Seja cordial com os moradores locais, se alguém está pedindo para passar na casa de alguém para uma conversa, não saia dando as costas;
– Não consuma drogas ilícitas na base das vias. O Sr. Ronaldo falou que, às vezes, ele sobe cortando a mata para ver de longe o que anda acontecendo por lá. Inclusive nos contou de um fato chato que andou rolando também numa dessas investidas.
E lembre se de que lá somos todos farinha do mesmo saco: escalador, caçador, turista, visitante… Somos todos escaladores diante dos proprietários. Se alguém fizer algo errado, quem irá pagar a conta seremos nós! Então sejamos consciente com as nossas atitudes e principalmente com as dos outros.
Calogi é o nosso principal point de escalada esportiva do estado e está dentro de uma propriedade particular altamente sensível. Por isso vamos cuidar com carinho para não perdermos este local!”
.