Encontro de Escaladas de Santa Catarina
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Por Edson Struminski (Du Bois)
A partir de uma triangulação feita pelo pessoal de Londrina, chegou-me um convite de Elton Koga, da Associação Catarinense de Escalada e Montanhismo, para apresentar algo a respeito de meio ambiente em montanha, no encontro de montanhismo e abertura de temporada de escaladas que aconteceria na serra catarinense, em Alfredo Wagner a uns 140 km de Florianópolis, durante o feriado de Tiradentes de 2008.
Elton, que também foi meu zeloso anfitrião, me informou a respeito de dados referentes ao andamento do esporte em Santa Catarina. O start da escalada neste estado, pelo menos em um nível de qualidade compatível com o resto do país, aconteceu pelas mão de Bito Meyer, que morou alguns anos em Floripa e explorou muitas das possibilidades das pedras locais. Elton me explicou que o esforço atual do pessoal está sendo na catalogação de vias, recuperação e abertura de novos setores, inclusive em rochas diferentes do granito o qual ocorre basicamente no litoral do estado.
É o caso da serra catarinense, que a partir de alguns quilômetros para dentro do continente apresenta formações de basalto e de arenito. O setor onde ocorreria o encontro é um destes testemunhos areníticos, com vastas possibilidades para a escalada desportiva, ainda que com acesso relativamente difícil para o pessoal que mora no litoral.
Assim, um dos atributos deste encontro foi justamente este. Trazer o pessoal de vários pontos do Estado e mesmo de outros Estados e mostrar algo novo, no caso, um setor inteiro novo.
Já as palestras, trocas de experiências, brincadeiras, enfim, o ambiente de camaradagem que acontece em um encontro deste tipo, sem fins competitivos, é algo que não tem como descrever. É muito bom, mesmo com a chuva que caiu no segundo dia e que frustrou um pouco a prática da escalada, embora tenha formado algumas dezenas de espetaculares cachoeiras dignas de ver.
Da minha parte, levei para o pessoal do encontro, a maioria garotada, um pouco do que tem sido feito em termos ambientais nas montanhas aqui no Paraná, algo que eu percebo através de congressos científicos, que tem um sentido de pioneirismo e inovação grande e que pode servir para outros locais que ainda não tem estes trabalhos feitos. Isto ocorreu na forma de um bate papo embora eu tenha feito questão de deixar algo meio encaminhado no próprio local de escaladas. Mesmo o puxão de orelha geral que eu dei, com relação ao clima por demais descontraído do dia de escaladas (que geraram alguns quase acidentes) foi bem recebido. Na verdade eu considero uma tragédia quando qualquer pessoa que está em um encontro para celebrar a alegria e o prazer de estar escalando tem de sair machucada de um evento destes, que reúne um monte de pessoas legais, mas isto é algo que volta e meia acontece.
Em um sentido amplo, eu vejo que existem grandes possibilidades para o montanhismo em Santa Catarina. Este intercâmbio entre escaladores e escaladoras paranaenses e catarinenses, que é bastante próximo, pode ser proveitoso para ambos os Estados, tendo em vista que os paranaenses estão um pouco mais adiantados em organização institucional, em trabalhos ambientais (trilhas, combate a incêndios) e em resgates. Já em Santa Catarina existe grande potencial de lugares e de pessoal, além de relativamente poucos problemas ambientais nas montanhas.
Os catarinenses estão de parabéns e vão caminhando bem. O negócio é ter paciência e um pouco mais de dedicação.