Entrevista com Adam Ondra
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Adam : Difícil de dizer. Eu tentei evoluir ganhando a cada ano um nível de graduação, exceto no ano passado. Por isso, atualmente eu tento progredir com a mesma atitude dos anos precedentes, mas com um grande atraso por causa do ano passado ! (risos)
O jovem tcheco Adam Ondra recapitula seu início de ano rico em realizações de vias extremas. Na Eslovênia e na Suíça recentemente, na Espanha em Fevereiro durante uma longa viagem, na França de passagem, nenhum projeto parace resistir a Ondra. Sua impressionante liste de cruzes nos faz pensar nos limites físicos da escalada esportiva. A ocasião perfeita para o parceiro do site francês Kairn – Czechclimbing fazer algumas perguntas a ele.
– Depois do início do ano você realizou várias vias duras clássicas de alta dificuldade em escalada. Você esta surpreso por escalar tão bem neste momento?
Adam: Não, surpreso não seria a palavra exata, mais eu não esperava por uma colheita tão frutífera.- Você encadenou « La rambla extension » na 5ª tentativa. Escalando esta via você atingiu o grau mais elevado em escalada esportiva.
Analisando a velocidade com a qual você repete as vias, nos podemos supor que você não está no seu máximo, e que você fará parte da geração 9b, 9b+ (12b, 12c – Bra). Você está de acordo ?
Adam: Todas as vias mais duras que eu escalei são vias de conti. Eu quero então começar a experimentar itinerários do mesmo nível, mas com movimentos mais blocados. Só para ainda melhorar outras técnicas, se isto é possível. Mas eu penso definitivamente que as vias mais duras atualmente estão bem abaixo do potencial máximo dos melhores escaladores.
Como Ramon Julian e contrariamente aos precedentes repetidores, você não usou a agarra dita proibida que gera tanta polêmica na “La Rambla”. Você pensa que esta agarra durante a ascensão faz evoluir tanto assim a graduação? Não é anormal de se interditar agarras dessa forma em uma via?
Adam: Mesmo que utilizar essa agarra torne a via inegavelmente mais fácil, eu admito que não faz sentido algum interdita-la visto o comprimento do itinerário. O mais absurdo, é que a agarra é usada em seguida como um pé. Pessoalmente, eu não a peguei pela somente e única razão de que ninguém possa dizer que eu trapaceei. E natural de pensar em seguida se a via, pegando ou não a agarra, continua sendo um 9a+ ou 9a…
– Setembro passado você mandou a primeira de “Perla vychodu” 8c+ (11b – Bra) na região de Karst (Moravie, République tchèque) você disse que foi a via mais dura que você jamais havia escalado. É verdade ? Porque não rever o nível da via para mais neste caso ou são as vias espanholas que são supergraduadas ?
Adam: Eu penso que « La Rambla » é provavelmente mais difícil. Mas eu não posso evitar de expressar meu sentimento : as vias na Espanha são supergraduadas. Em comparação com a Fraça, tudo é pelo menos metade de grau mais fácil. E observe que não estou me baseando em Buoux ! De qualquer maneira é terrivelmente difícil comparar itinerários de resistência com outros boulderísticos, então não podemos comparar muito bem a região de Karst de Moravie e a Espanha. Eu penso o seguinte de forma geral : na Espanha, você precisa de uma boa dose de condicionamento físico e saber gerir grandes agarras (uma grande qualidade técnica não é forçosamente exigida). No Frankenjura (Alemanha), você precisa de força explosiva (muito mais que na Espanha), e também se esforçar sem parar para encontrar um meio de sair do problema. Em Karst você precisa de força, você aprende escalada técnica, e além de tudo deve-se ser capaz de evoluir sobre pés escorregadios. Concluindo, para uma via de nível geral, na Espanha você gasta 02 tentativas, 10 tentativas no Frankenjura, em Karst você tenta umas 20…
– Das vias duras que você encadenou na sua viagem a Espanha, existe algo que não foi planejado ?
Adam: Sim, por exemplo “La rambla”, em casa eu não havia previsto de tenta-la muito. Meu objetivo estava claro : « La novena enmienda », o 9a+ de Santa Linya e fazer 8c a vista. “La Rambla”, por exemplo, foi um bonus.
– Ultima pergunta : para você, qual é o motivo da sua progressão ? Um treinamento invernal mais rigoroso ? Mais metros de escalada acumulados ? Um ganho de experiencia ?
Adam : Difícil de dizer. Eu tentei evoluir ganhando a cada ano um nível de graduação, exceto no ano passado. Por isso, atualmente eu tento progredir com a mesma atitude dos anos precedentes, mas com um grande atraso por causa do ano passado ! (risos)
Fonte: http://www.revistag3.blogspot.com/
Por Simona lezec.cz
Tradução : P. Délas / Kairn.com / G. Ramos / g3online.com
Fotos: Czechclimbing.com