ERA O QUE FALTAVA… NA PEDRA DO PONTILHÃO

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Baldin no final da nova via. Foto: Amigo Imaginário do Baldin.
Pra começo de conversa: se você chegou aqui achando que o título dessa postagem se referia à alguma polêmica escalafobética, relaxa que não tem nada disso. Vamos aos fatos!

Entre idas e vindas ao paisagístico cenário da Pedra do Pontilhão, ao escalar a via Luz no Fim do Túnel, sempre ficava vislumbrando uma via na parede ao lado, menor, mas que daria um visual diferenciado do vale. A ideia de conquistá-la ficava sempre no “deixa pra depois”, pois esse local “era logo ali, perto de Vitória”. Mas numa quarta-feira (15/08/18) o Zudivan me deu uma cantada querendo escalar durante a semana, e preferencialmente conquistar. Dentro das possibilidades por perto que tínhamos “na manga”, me recordei daquela tal paredinha… e rumamos então para Domingos Martins.

Que lugar! Foto Zudivan Peterli.
No olhômetro sempre achei que o tamanho da via resultaria em uma enfiada cheia de 60 metros, nada mais e nada menos. Na base, coloquei as Pingos de um lado da cadeirinha, a furadeira do outro… e alguns – poucos – minutos depois estava instalando a parada final, com a corda de 60 metros esticada no talo! Dito e feito, dessa vez o olhômetro foi certeiro!
Aquela clássica eternizada de momento. E isso não é selfie, é autorretrato!
A via é em agarras e com rocha de boa aderência (como é coisa nova, uns musgos estarão nas agarras). Tem uma primeira metade bem positiva, e na segunda metade vai ganhando inclinação, com duas passagens isoladas: primeiro um IV e depois um IVsup (se passar à esquerda da chapa). A via consome 8 costuras (se levar 3 longas é uma boa) e corda e 60 metros. Tem uma parada no meio, que possibilita rapelar com somente uma corda em dois lances, e atenção: mais do que nunca, não deixe de dar nós nas postas, pois – também na descida – a corda dá no talo!
As possibilidades da Pedra do Pontilhão. Foto Zudivan Peterli.
Para acessá-la são duas possibilidades: 1) Rapelar através da P1 da via Calango (à direita do trilho, para quem chega na área/sai do túnel), sendo que neste caso será necessário deixar uma corda fixa – de uns 25 metros – para voltar, pois algum(a) infeliz furtou as chapeletas da primeira enfiada dessa via, e assim você não terá a possibilidade de escalar essa enfiada no retorno (o que evitaria de levar uma segunda corda). 2) Atravessar o pontilhão, descer ao final dele à direita, e caminhar pelos pilares e pelo mato até o início da via… cuja referência da base da via para ambos acessos se dá: bem ao lado do primeiro pilar (de quem chega ao pontilhão), saindo de uma árvore maior à direita, por uma rampa com raízes atravessando a rocha no início. 
Opção 1 de acesso à via: à direita do trilho através da P1 da Calango. Foto Zudivan Peterli.
A via ficou bem tranquila e com aquele visual alucinante, que quem já escalou por lá sabe do que estou falando. Deve ficar muito “bascana” uma cordada na “Era o Que Faltava” e outra na “Luz no Fim do Túnel”, gerando um registro de imagens entre as cordadas.

A Pedra do Pontilhão conta também com as vias “Calando” e a “Morena do Rio Turvo” (essa em móvel). Se ainda não escalou por lá, abra o livro Escalada Capixaba na página 313 e vá conhecer este peculiar cenário do território capixaba.

As proteções usadas foram as chapeletas de inox modelo Pingo da Bonier, que por seu “formato” e forma de serem instaladas nas paradas, possibilitam o rapel diretamente nelas. 

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