Investida nº (?) na Pedra do Vilante, ES

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Sr. João Batista, sempre atento às nossas movimentações.
Muito possivelmente, por não termos pré planejado mais esta investida da conquistada do Vilante (já uma epopéia), foi que o tempo não fechou para o nosso lado, já que carregamos o karma de em muitas outras tomar chuva nessa parede. Mas dessa vez quem nos recebeu foi o sol: um sol quente e ardido de verão, que fritou quatro carcaças durante o final de semana.

Fome e sede, se somados ao calor, pode causar sérios efeitos…

No sábado não chegamos na montanha tão cedo, e o tempo que gastamos para fazer as jumareadas e rebocar os quilos de equipamentos nos consumiu a manhã inteira!

Rebocando as tralhas.

E neste vai e vem pelas cordas fixas, uma delas nos mostrou sua alma durante a ascenção. Estar dependurado em um negativo à centenas de metros do chão, com sua integridade dependendo exclusivamente daqueles 11mm de diâmetro, e você observar aqueles fios da capa da corda alvorossados numa aresta da rocha com a alma já exposta, definitivamente não é uma das melhores sensações.

“A minha alma tá armada e apontada para cara do sossego.”
(Música: Minha Alma – O Rappa).

Quanto o PH começou a conquistar a oitava enfiada o sol já estava nos castigando (lá é sombra pela manhã). Ele saiu no rumo de uma fendinha para direita, intercalando artificiais em cliff e parafuso. Quando chegou no objetivo, viu que não era uma das melhores fendas de sua vida, mas conseguiu proteger alguma coisa em friends. Bateu uma chapeleta, e baixamos-nos pela parede.

E aê, qual vai ser?

Elementos das movimentações em artificial.

Não queríamos repetir o acontecido do dia anterior, de só começar a escalada (a conquista em si!) só à tarde, e no sol. Com este objetivo nem esperamos o galo cantar, e começamos os trabalhos rumo ao Vilante às 4 horas da matina… e às 10 horas estávamos na P7, prontos para percorrer mais um trecho de rocha virgem.

O que seria um ponto rosa no meio do paredão?

Parti para dar continuidade a conquista à partir do ponto que PH havia deixado. De cara fui presenteado com mais rocha podre (vide investida anterior), e para resolver, só os parafusos mesmo. Depois segui em diagonal para esquerda vislumbrando um diedro fendado. Quando cheguei nele foi o momento decepção: o diedro na verdade era um blocão do tamanho de uma Kombi, todo podre, ôco, esfarelento, instável, e que pesava algumas toneladas. Enfim: não dava para usá-lo.

Ê tome marretada…

… mais os parafusos: para progressão, e/ou para proteção!?

Então segui dialogando com os cliffs, até que cheguei no tão sonhado ‘diedrão’ – que namoramos durante muito tempo lá debaixo -, e nele pude usar os camalots gigantes que estavámos rebocando parede acima, na incerteza se seriam úteis. Bati a P8, e o Soldado subiu limpando a enfiada.

Camalots #5 e 6: estes são grandes amigos.

Limpando a oitava enfiada.

Com o sol já se escondendo no horizonte, Tatu organizou toda tralha para podermos baixar pela montanha. E assim finalizamos uma quente (mas melhor assim!) investida no Vilante, que teve seu objetivo alcançado. Agora já podemos vislumbrar com mais empolgação o final dessa conquista.

E que a próxima investida seja a última.

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