RECANTO DO MESTRE: NOVA OPÇÃO DE TRADI NA GRANDE VITÓRIA
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Final da nova via, Recanto do Mestre com 150 metros, e um belo visual. Foto José Augusto Brunoro. |
Como já dizia Joseph Klimber: “A vida é uma caixinha de surpresas”. E numa das – frequentes – andanças em busca de rochas ainda sem a passagem de humanos, eu e o Zudivan fomos dar uma volta numa estrada que passa nas “costas” do Mestre Álvaro no município de Serra.
E de repente eis que, ao fundo do Sítio/Restaurante Recanto Mestre Álvaro, no alto, lá estava uma rocha bem chamativa. Vislumbramos ali um setor para escalada tradicional. Bingo! Mais um dos achados da Grande Vitória!
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Um novo setor para tradicionais na Grande Vitória: Pedra do Recanto. Foto Zudivan Peterli. |
Uma semana depois voltamos (22/08), dessa vez com o Brunoro, e com as tralhas de conquista. Conversa já afinada com o Sr. Gil na semana anterior sobre a conquista e liberação para as futuras repetições, partimos pelo pasto em direção da linha que parecia ser a mais óbvia do conjunto… que na verdade são duas pedras pareadas, e escolhemos inicialmente investir na que parecia mais “simples”, e que atrairia mais repetições.
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Base da via já começando alta e, dá-se o estudo de onde seria interessante para a primeira chapeleta. Foto José Augusto Brunoro. |
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Pedra do Recanto à direita e, à esquerda, em um tom mais esbranquiçado, a verticalidade da parede da Pedra do Vilante. Foto: Zudivan Peterli. |
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No topo… uma árvore exótica, um ser exótico, e uma eternizada de momento pelo José Augusto Brunoro. |
Fiz um par ou ímpar com o Zudivan e ganhei a oportunidade de conquistar a primeira enfiada. Fui indo, e entendendo que a enfiada seria na “agarrência”. Poucas coisas quebrando mas, num contexto geral, pedra de boa aderência. O crux da enfiada ficou reservado para o final, na ultrapassagem de uma barriga. Duas chapeletas bem próximas o protegeram bem, um possível Vsup à confirmar. E pronto, P1 instalada na esticada dos 60 metros, na borda da vegetação.
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Brunoro chegando na P1. Foto Oswaldo Baldin. |
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Início dos trabalhos da terceira enfiada à cardo do Zudivan. Foto Oswaldo Baldin. |
Uma caminhada de 30 metros (segunda enfiada) conduziu por entre a vegetação (fácil de passar), até a base da empinada parede final que forma o cume. Saímos pela direita, no que traçamos ser a linha natural da via.
Zudi ficou com a missão da terceira enfiada, começando em diagonal para a direita, atingindo um platô, para então pegar a parede final. Um lance mais técnico (IVsup) também ficou mais para o final da enfiada e pronto, parada final instalada ao final da parede!
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E que presentão de final de conquista!. Foto José Augusto Brunoro. |
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Contemplando o visual com os parças, um pouco mais acima do final da via. Foto José Augusto Brunoro. |
A via não finaliza bem num cume. Lá no alto, por incrível que pareça, é um pasto. Mas lá de cima tem-se um visual muito legal. Esse foi realmente um achado na Grande Vitória. E fomos contemplados com um pôr do sol espetacular! O livro de cume encontra-se debaixo de lacas logo à esquerda da última parada.
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Brunoro levando para a casa, na mente e no celular, belas cenas de uma conquista. Foto Oswaldo Baldin. O acesso que fizemos foi: a partir da rodoviária de Vitória, seguir sentido Cariacica pela 262, e no viaduto (em frente ao Shopping Moxuara) tomar à direita, entrando e seguindo então pela BR101, a Rodovia do Contorno. Vai indo… e atente-se que, ao passar um “areal” à esquerda, sairá da rodovia e entrará na primeira saída à esquerda. Siga pela estrada de terra, e numa bifurcação ignore a subida à esquerda e siga reto, passando por um centro de detenção, e uns quilômetros adiante chegará ao Sítio Recanto Mestre Álvaro, com a evidente Pedra do Recando (batizamos assim, a rocha não tinha nome) ao fundo. Dá para estacionar na área de estacionamento do sítio. Não deixe de pedir permissão para o acesso, o pessoal é bem receptivo para a escalada. Desse ponto é caminhar poucos metros pela estrada, até uma espécie de curral, atravessar a tronqueira e seguir pelo pasto limpo (uns 20 min.), mas que só ao final tem uma estreita faixa de capim alto para se chegar à rocha. Siga no rumo a rampa da escalaminhada indicada na imagem acima. A via é toda protegida por chapeletas Pingo da Bonier, cujas paradas já possibilitam o rapel diretamente nelas. São necessárias 10 costuras, sendo 5 longas, e 2 cordas de 60 metros para possibilitar o rapel. No meio da terceira enfiada existe uma parada opcional, que pode ser usado para dividir a enfiada em duas partes diminuindo arrasto de corda e, fracionar o rapel em duas partes para facilitar a recuperação da corda. Essa conquista foi realizada com apoio da Bonier nas chapeletas, e da Associação Capixaba de Escalada no subsídio dos parabolts. |