Um pouco sobre costuras e mosquetões

Tempo de leitura: 2 minutos

Por Waldir Neto

Baseado em alguns artigos técnicos do site da revista espanhola Desnível – http://www.desnivel.es/ – segue abaixo uma coletânea de questões para conhecimento e reflexão por parte dos escaladores:

– “Whiplash” é o nome que se dá ao fenômeno que causa rápidas e imperceptíveis aberturas do mosquetão da corda (numa costura) em algumas quedas de fator alto, acima de 1,7 ou 1,8. Isso faz com que, nesses raros casos, o mosquetão suporte a queda com a resistência do mesmo com gatilho aberto, geralmente entre 600 ou 700Kg. Por conta disso (e de casos reais de ruptura do mosquetão) alguns fabricantes já estão lançando mosquetões com 1000Kg de resistência com gatilho aberto.

– Apesar de ainda existir algum preconceito, os mosquetões de gatilho de arame vieram para ficar. Mais resistentes, mais leves, menos suscetíveis ao “whiplash”, com mais abertura para costurar. Funcionam bem após 300.000 aberturas. Sua construção simples o torna mais fácil de inspecionar e limpar/lubrificar. São amplamente usados na escalada esportiva e estão ganhando espaço na escalada tradicional.

– Alguns escaladores adotam o procedimento de usar um mosquetão de rosca, simples, sem expressa e diretamente no grampo, para fazer a primeira costura de uma via. Isso aumenta um pouquinho a distância do solo numa queda. Além disso, reduz a possibilidade de falha, considerando que se a primeira costura falhar se vai ao chão. Em vias de várias enfiadas a proteção de saída de uma parada também pode ser com mosquetões de rosca usando uma expressa curta, para maior garantia numa queda em fator 2.
– A despeito da maioria das costuras ser vendida com expressas curtinhas, os escaladores vem adotando o uso de expressas maiores. Na escalada tradicional já é comum ver costuras de até 1,2m; e até mesmo na escalada esportiva as expressinhas de 10cm vem perdendo espaço para as de 15 ou 20cm. A principal vantagem é reduzir o arrasto da corda ziguezagueando na linha da via, que via de regra compensam a possibilidade de uma queda ser alguns centímetros maior. Um fato pouco conhecido é que uma corda tencionada em costuras curtas num ziguezague perde muito do seu poder de absorção de uma queda, comparando com a corda mais solta. Na escalada esportiva o fato da costura ser um pouco mais longa (mosquetão da corda mais baixo) facilita a costura e evita em parte o perigoso hábito de puxar a corda até os dentes na hora de costurar. Alguns escaladores já perderam dentes ao cair nessa situação.
– As expressas das costuras duram 5 anos, com uso ou sem. Depois disso é pra descartar. O mesmo vale para todos os equipamentos que tenham poliamida, incluindo solteiras, baudrier e cordas. No caso específico das cordas, com uso intenso (escaladas todos os finais de semana) a durabilidade da corda não deve passar de 2 ou 3 anos.
– Mosquetões não se desgastam a não ser com o uso. Um mosquetão sem uso pode durar mais de 50 anos, mas com uso não deveria ultrapassar os 10 anos de uso, ou menos se apresentar sinais de desgaste além de pequenos arranhões e desgaste da coloração.

Fonte: http://www.webventure.com.br/montanhismo/conteudo/noticias/index/id/25366

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *